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NÚCLEO MUSEOLÓGICO DA

Oficina de Tecelagem

MUSEU DE MÉRTOLA

Um dos mais antigos ofícios artesanais do concelho de Mértola é a Tecelagem de mantas de lã. Os motivos decorativos das mantas de Mértola têm influências no passado islâmico.

Podemos encontrá-los nos objetos usados diariamente nas casas islâmicas do bairro da Alcáçova. Na oficina de Tecelagem, as tecedeiras encarregam-se de fazer sobreviver esta tradição e manter vivo o ciclo completo da lã.

Tendo como base matéria prima de qualidade, utilizam as técnicas tradicionais de produção e as temáticas decorativas antigas que se apresentam em mantas, cobertores, tapetes, meias, gorros e outros objetos utilitários ou decorativos.

Núcleo Museológico da

Oficina de Tecelagem

Inauguração em 2000;
mudança de instalações em 2005;
remodelação da exposição em 2014

As Tecedeiras

E porque o trabalho tem rosto, atualmente na Oficina de Tecelagem de Mértola o som do tear é resultado das mãos hábeis e conhecedoras das tecedeiras Helena Rosa e Fátima Mestre.
Noutros tempos outras tecedeiras por aqui passaram como a grande Mestra D. Adélia, a Helena Costa ou a Guida Rosário só para referir algumas…

Não podemos esquecer também o trabalho imprescindível da cardação e da fiação que ainda é realizado pela D. Vitorina.

No âmbito da parceria que a Câmara Municipal de Mértola mantém com a Associação Passa o Futuro e a Cooperativa Oficina de Tecelagem, decorreu ao longo dos meses de março e abril, a residência ALENTEJO HERITAGE TEXTILES, que interliga as tecedeiras da Oficina de Tecelagem de Mértola com as designers Emma Pucci e Valentina Pilia da Flores Textile Studio, e o maker Daniel Heer e o artista Cian McConn do Machen Colletive.

Estas Residências têm o objetivo de interligar a mestria das nossas tecedeiras ao design inovador de novos criadores, valorizando desta forma a matéria prima (lã) e o seu processamento artesanal desde a produção do fio à tecelagem das Mantas de Mértola.

Esta Residência faz parte do Projeto Creative wear + Project, cofinanciado pelo programa INTERREG MED, em parceria com o Arteria Lab da Universidade de Évora e o Museo del Tessuto di Prato em Itália. Os resultados serão exibidos no Museo del Tessuto, de Prato (Itália) em junho de 2022.

Para saber mais veja abaixo o link: https://www.passaaofuturo.com/residncia-alentejo-heritage-textiles

A tecelagem tradicional das mantas de lã de Mértola representa hoje a sobrevivência do que em tempos foi uma necessidade e uma forma de ganhar a vida e ajudar à sobrevivência da família. Há uns 50 anos a atividade da tecedeira era marcada por um acumular de trabalhos para venda nas feiras da região e para fazer face às muitas encomendas. Hoje a produção destina-se sobretudo a um público que quer ter em sua casa uma peça que represente a memória deste saber-fazer.

O complexo trabalho de preparação da lã, realizado em várias fases, é essencial para a qualidade do tecido. No passado este trabalho era realizado, ou acompanhado de perto, pela tecedeira que assim garantia a qualidade do seu trabalho e mantinha a sua reputação na comunidade. A execução do tecido de lã depende também do tear, uma engrenagem complexa, onde é imprescindível conhecer e perceber a funcionalidade de todos os elementos que o constituem.


Na Oficina de Tecelagem o visitante pode conhecer este trabalho e perceber a funcionalidade dos objetos expostos e em uso, representativos de uma atividade milenar que chegou até aos nossos dias. No entanto, a evolução da sociedade, as dificuldades inerentes à manutenção de uma produção tradicional e os problemas do despovoamento e desertificação das regiões do interior de Portugal, conduziram a um ponto em que a continuidade deste trabalho está em causa.


Este é o grande desafio que enfrentamos atualmente e que já se colocava há 4 décadas quando se realizou o primeiro levantamento sobre a tecelagem e se constituiu uma Cooperativa com o principal objetivo da formação. Passados 40 anos agudiza-se ainda mais a questão da continuidade: a produção das mantas de lã de Mértola é realizada por 2 tecedeiras, ambas com mais de 60 anos.
Esta situação motivou um debate alargado à comunidade e às instituições locais que, lideradas pela Autarquia, têm desenvolvido esforços para delinear uma estratégia comum que permita a preservação e continuidade do saber-fazer. Tendo como local central o Núcleo Museológico da Oficina de Tecelagem iniciou-se um processo formativo que pretende dar continuidade a todo o processo de tratamento da lã, desde a tosquia até à execução no tear.


Aqui vamos dar a conhecer as diversas fazer da aprendizagem das futuras tecedeiras – Nazaré Fabião e Rosa Ruivo.

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