Exposição Duarte Darmas – Do Cálamo ao Drone
Galeria de Exposições temporárias do Castelo de Mértola
1 a 19 de março de 2023
A Exposição Duarte Darmas – Do Cálamo ao Drone, coordenada por Santiago Macias, faz uma comparação entre o que Duarte Darmas viu e o que hoje pode ser visto. Como? Usando um drone, uma vez que as perspetivas apresentadas pelo desenhador são uma artificiosa invenção. A exposição traduz-se numa leitura gráfica usando o desenho do século XVI e fotografias aéreas atuais e numa ficha explicativa por cada sítio, com detalhe para os espaços registados com maior pormenor.
O projeto abrange os 20 sítios da fronteira alentejana (Alandroal, Alpalhão, Arronches, Assumar, Campo Maior, Castelo de Vide, Elvas, Juromenha, Mértola, Monforte, Monsaraz, Montalvão, Moura, Mourão, Nisa, Noudar, Olivença, Ouguela, Serpa e Terena), tendo Duarte Darmas registado 55 localidades ao longo de toda a raia. Neste âmbito foi desenvolvido o website www.duartedarmas.com , um filme, um livro e a exposição itinerante que agora apresentamos em Mértola.
“Os anos de 1509 e de 1510 marcaram, certamente, a vida de Duarte Darmas. Filho de um elemento da corte, destacou-se como desenhador ao serviço de D. Manuel. Pouco se sabe deste servidor do monarca, nascido em Lisboa no ano de 1465, filho de Rui Lopes de veiros, escudeiro da Casa Real. A vida conhecida do nosso autor quase se resume à referência à sua atividade como desenhador, com destaque para o trabalho de levantamento das fortificações e a algumas informações sobre bens de que era proprietário. Desconhece-se a data e o local do seu falecimento.
Duarte Darmas ganharia um lugar na História graças a esta tarefa, que lhe foi cometida pelo rei. O monarca encarregou-o de registar as suas fortalezas raianas, num claro propósito de afirmação política e de marcação do território. O levantamento feito incluía dados detalhados, com condições, em varas e pés, das torres e panos de muralhas das alcáçovas. O desenhador construía um documento gráfico de grande importância iconográfica de dezenas de sítios raianos, ao mesmo tempo que dotava o comando militar do reino de uma peça de enorme importância estratégica. (…).
Cada local, “tirado do natural”, era representado com três imagens (as exceções reportam-se aos locais que não têm alcáçova, como Assumar): foram registadas duas vistas (os «debuxos»), cinematograficamente em campo e contra-campo, e uma planta de cada alcáçova (a «prataforma», ou plataforma). As duas imagens eram obtidas, quase sempre, de ângulos opostos, embora muitos exemplos escapem a essa regra. Duarte Darmas indica os azimutes a partir dos quais fez os registos, mas esse dado é apenas aproximado.
Foram feitas três dições integrais desta obra, bastante espaçadas no tempo. A de João de Almeida, com amputações de texto muito significativas, foi a primeira, em 1943- Seguiram-se as de Manuel da Silva castelo Brancos, em 1990, e a de João José Alves Dias, em 2015”
(MACIAS, Santiago, Duarte Darmas: do cálamo ao drone, Mértola, MultiCulti – Culturas do Mediterrâneo, 2021, pg. 5.).
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