Workshop de Conservação e restauro de objetos cerâmicos – 5 a 9 de fevereiro 2024
Decorreu de 5 a 9 de fevereiro de 2024, na Área Técnica e Administrativa do Museu de Mértola Cláudio Torres, o Workshop de Conservação e Restauro de Objetos Cerâmicos, destinado a estudantes de Licenciatura, Mestrado e Doutoramento em Arqueologia, da Universidade de Évora. A formação teve a coordenação do Museu e da Doutora Susana Gómez Martinez (Professora Auxiliar da Universidade de Évora e membro da Direção do Campo Arqueológico de Mértola) e foi dinamizada pela Técnica Guilhermina Bento, responsável pelo gabinete de Conservação e Restauro de Materiais Cerâmicos.
Este Workshop teve uma componente muito prática com o objetivo de partilhar técnicas e metodologias de intervenção em cerâmica arqueológica na perspetiva da conservação e restauro. Nestes dias os 5 participantes (Ana Rita Viegas Martins, Isabel Rego, Alexandre Mateu Picó, Mariana Lopes e Janaice da Silva) procederam à colagem e consolidação de fragmentos e objetos procedentes do banho privado islâmico da Encosta do Castelo de Mértola.
Aqui fica a opinião dos participantes:
Alexandre Mateu Picó, estudante de Doutoramento da Universidade de Valência refere que “o workshop é uma ótima introdução à disciplina de restauro de cerâmica. Aprende-se e consolida-se conhecimentos sobre a limpeza, colagens, registo e conservação das peças. As explicações complementares sobre a cerâmica medieval, a prática arqueológica e a musealização, bem como a localização privilegiada do ponto de vista do património imóvel e da sua gestão e investigação, tornam a atividade altamente recomendável”.
Janaice Bertolo da Silva, Licenciada em História pela Universidade do Oeste do Paraná (Brasil) e estudante no Mestrado em História do Mediterrâneo Islâmico e Medieval da Universidade de Évora diz que “participar do projeto de preservação de cerâmica do Museu de Mértola foi uma experiência extremamente gratificante. Senti um enorme prazer em contribuir para a preservação da história e da cultura da região. A cada peça que foi colocada junto, era como se eu estivesse resgatando um pedacinho do passado. Foi um trabalho meticuloso e desafiador, mas que me proporcionou imensa satisfação. Saber que meu trabalho ajudará a manter viva a memória de Mértola para as futuras gerações me deixa com um sentimento de orgulho e realização.”
Ana Martins, do 1º ano de Licenciatura em História e Arqueologia, na Universidade de Évora, refere que “quando me inscrevi não sabia muito bem o que esperar, mas esta semana excedeu as minhas expetativas. Foi bastante interessante aprender como se fazia a limpeza mecânica da cerâmica, de todo o material e o processo de colagem. A equipa técnica é muito prestável, amigável e esclarecedora e o trabalho, apesar de requerer uma grande paciência é algo muito gratificante que nos deixa com uma sensação de orgulho no fim do dia, que passava a correr. Fiquei muito feliz por poder passar uma emana a aprender algo que adoro, num lugar maravilhoso como Mértola e muito grata de poder ter tido esta experiência incrível logo no meu primeiro ano de licenciatura”.
Mariana Lopes, do 1º ano da Licenciatura em História e Arqueologia, na Universidade de Évora, diz que “a experiência proporcionada pelo workshop de conservação e restauro em Mértola foi extremamente positiva e interessante. Não só expandiu os horizontes, levando-nos a ver que cada peça deve ser trabalhada de modo a se poder retirar da mesma o maior número de informações disponível. Algo que talvez nunca tenha passado muito pelas nossas mentes, já que, pessoalmente, nunca tinha tido contacto com este tipo de trabalho, mas espero voltar a ter! Agradeço muito á Guilhermina e à Lígia que tiveram a disponibilidade de nos mostrar um horizonte novo, proporcionarem novas experiência e nos oferecerem um aprendizado totalmente novo.
Mértola é uma terra fascinante | Toda a gente escava aqui | Os arqueólogos com uma pá | e os conservadores com um bisturi
Espero voltar a ter a oportunidade de ter uma experiência deste género novamente!”.